Ana Silvia Massud Cavalcanti Faustino
Psicóloga CRP 06/94795- Psicoterapia Psicanalítica


Medo do desconhecido, porque enfrentá-lo?


   Um ano termina, outro começa e junto com ele muitos questionamentos: Como será o novo ano? O que vai mudar em minha vida? O que me espera? Serei capaz de cumprir com os compromissos que assumi? 

   Se pararmos para pensar: O que muda com a chegada de um novo ano?  

   Os questionamentos que temos neste período não são diferentes daqueles com os quais nos deparamos a cada novo dia. Basta abrirmos os olhos e veremos diferentes situações em que temos que nos deparar com o novo, com o que não é conhecido e que de certa forma não sabemos o que esperar e como agir.

   Um novo ano escolar se inicia, pais e filhos estão atarefados em planejar o inicio ou a volta às aulas; livros cadernos e uniformes, aquela correria.... Chegou a hora de ir para a escola, tudo pronto, porém a criança desanda a chorar e se recusa a ir. E agora, que fazer?

   O que a criança sente não difere muito do que um adulto em uma entrevista ou em seu primeiro dia de um novo emprego ou do inicio de uma viagem a um local nunca visitado, entretanto a criança está sendo apresentada ao mundo e o adulto está revivendo sentimentos de acordo com a historia de vida e os recursos emocionais que possui.

   Uma criança pequenina que talvez nunca tenha saído de casa sem seus pais ao freqüentar a escola pela primeira vez poderá sentir que ficará em um lugar diferente, "sozinha" com pessoas que não conhece. Ou uma criança que já esta acostumada a ir à escola, e de repente demonstra-se muito ansiosa ao retornar, é hora de pensar se alguma coisa mudou na sua vida como: a própria escola, os professores, o ciclo de ensino, o retorno após longo período de férias com dedicação total dos pais, doença de alguma pessoa da família, divórcio dos pais, muitas atividades extracurriculares, notas baixas no ano anterior o que pode gerar medo de fracassos futuros e de não corresponder às expectativas dos pais.

   Estas situações podem gerar tanta apreensão e ansiedade como em um adolescente que precisa escolher o que irá cursar na faculdade e depois enfrentar muitos outros novos desafios que o deixarão assustado e cujo "choro" se manifesta de forma diversa e complexa gerando incompreensão por parte dos pais.

   Se continuarmos pensando vamos encontrar inúmeras situações em que nos deparamos com nossas angústias, nas situações citadas acima enquanto a criança ou o adolescente vivem seus conflitos os pais, professores também estão lidando com os seus.

   A renomada escritora Clarisse Lispector no livro "A descoberta do Mundo", aponta com clareza de qual angustia estamos falando: o medo do desconhecido. Um trecho de sua obra expressa: "- Não, ela não queria ser feliz. Por medo de entrar num terreno desconhecido".

   O medo do desconhecido faz parte das nossas vidas, precisamos aprender com nossas experiências emocionais e aprender só é possível quando se tem capacidade de tolerar e conviver com turbulências.

   Só permitindo o sofrimento é que podemos transformá-lo em um pensamento reflexivo e criativo, este processo de elaboração poderá ser vivido através da análise pessoal, onde a dupla paciente e psicoterapeuta caminham em busca do crescimento.

   O trabalho analítico é um encontro de inconscientes é preciso que o paciente se permita entrar em contato com suas questões e que o psicoterapeuta funcione como "continente", acolhendo, decodificando, elaborando e devolvendo ao paciente o que ele esta percebendo.

   Para crescer é preciso enfrentar o desconhecido, fugir de pensar as próprias dores, não leva ao desenvolvimento e faz com que a pessoa se afaste de si e se deixe abalar pelas pressões externas.



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